Empresário Wylame Pinheiro, de Sobradinho (DF) conta história ao ‘Carro da vida’, do G1. ‘Já recebi um monte de proposta, mas não vou vender não. Vou deixar pro meu filho’, planeja.
“Pode ser seu”, disse o amigo. Na época, o carro já tinha um kit turbo, que fez bater mais forte o coração de Wylame. O rolo envolveu um insosso Passat 1980 e mais R$ 7 mil. Só que as cifras foram se multiplicando nos meses seguintes.
“Rapaz, no começo ele quebrava demais. Uns amigos até diziam que eu tinha que ir me benzer. Gastei uns R$ 85 mil até trocar de mecânico. Aí refiz o carro todo, com peças mais caras, e gastei mais uns R$ 85 mil”, diz Wylame.
Pra quem ficou com preguiça de fazer as contas, isso aí dá R$ 170 mil investidos em um Gol quadrado. Ele não imaginava que ia gastar tudo isto quando comprou, mas será que se arrepende?
“Pela minha adrenalina hoje de andar nele, vale a pena. Mas se fosse montar outro não faria novamente. Compraria um carro pronto já”, afirmou.
“Já recebi um monte de proposta, mas não vou vender não. Vou deixar pro meu filho.”
O gosto por carros (e cavalos) começou ainda na adolescência, e o primeiro foi um Chevrolet Corsa 2002. “Ninguém tinha suspensão a ar aqui em sobradinho. Só dava era eu”, lembra Wylame.
O encontro com o Gol quadrado ocorreu só em 2012. Mas o começo da relação foi pura dor de cabeça. O carro ficava mais na oficina do que na rua. Depois que trocou de mecânico, ele descobriu que o motor “mil e nove” era na verdade um 1.8 “encamisado”.
Então foi tudo refeito: o motor se transformou num 2.0 com algumas peças forjadas, outras importadas, sobrealimentado com um turbo de 2.5 kg, que deixou o carro com cerca de 650 cv, atingidos no dinamômetro antes de arrebentar o câmbio de 5 marchas do GTI na última vez que ele tentou medir a potência.
“Agora falta pouca coisa pra terminar”, diz o dono, que no dia a dia comanda um lava-rápido em Sobradinho. O Gol sai da garagem mais nos fins de semana, quando vai passear com a família, ou então em encontros com outros fãs de automóveis, provas de arrancada e “track days”.
O filho Cauã, de 8 anos, dá indícios de seguir a mesma onda do pai. “Ele se amarra, fala pra eu acelerar”, conta Wylame. Já a mulher acha melhor gastar muito em um carro do que ter que visitar Wylame no hospital a cada queda de motocicleta.