A economia média é de 50%, mas muitos não convertem os carros com medo de acidentes
Que o Gás Natural Veicular (GNV) é o combustível mais econômico disponível no mercado, todo mundo sabe. Segundo a Associação Brasileira de Distribuidoras de Gás (Comgas) em São Paulo, o produto é 57% mais em conta do que o preço do etanol e 48% do valor da gasolina. Ou seja, o motorista que usa GNV no carro gasta quase metade do dinheiro que gastaria com abastecimento convencional. A vantagem é grande, mas muita gente ainda reluta em fazer a conversão do veículo. A imagem de um automóvel explodindo enquanto era abastecido com gás no Rio de Janeiro – veiculada pelos telejornais e que circulou com força nas redes sociais recentemente – reacendeu a polêmica: o GNV é seguro?
“Ainda existe a ideia, errada por sinal, de que o carro a gás é inseguro e pode explodir a qualquer momento”, diz Alexandre Costa, diretor da Alpha Consultoria. De acordo com ele, não há motivos para se preocupar na hora de parar o veículo num posto e abastecer com GNV. O consultor automotivo diz que, por ser gasoso e mais leve que o ar, o gás não se acumula no ambiente, em caso de vazamento, reduzindo o risco de incêndio. Alexandre diz que o GNV é muito mais seguro que a gasolina, etanol ou diesel atuando nas mesmas condições.
GNV
O caso da explosão no Rio de Janeiro ainda está sendo investigado pelas autoridades. A polícia está analisando o kit gás utilizado no veículo e se o equipamento de abastecimento do posto estava trabalhando com a pressão de enchimento correta. “Quando acontece algum acidente com o gás natural, e eles são bem raros, é porque houve negligência no cumprimento das normas de segurança”, ressalta Alexandre Costa. Segundo ele, o GNV fica comprimido em alta pressão dentro do cilindro. O carro a gás tem uma válvula de segurança que libera o GNV caso haja pressão excessiva no sistema. Ou seja, a explosão só ocorre quando há a ruptura na parede do cilindro. Mas isso não deveria acontecer já que o cilindro é feito de uma liga metálica muito forte que resiste até a tiros de armas de baixo calibre.
“O cilindro é fabricado seguindo normas rígidas do Inmetro. O equipamento não pode ter soldas e nem emendas. O tempo de vida útil é de 20 anos, mas deve ser inspecionado a cada cinco anos. Da mesma forma as oficinas que instalam kits de conversão para GNV precisam ser certificadas pelo Inmetro”.“Os erros mais graves em relação à instalação de um kit GNV é comprar um material sem certificação do Inmetro e fazer a instalação em qualquer oficina porque sai mais barato. Neste caso, o risco de acidentes não vale a economia”, completa Alexandre Costa. Um kit de GNV completo custa entre R$ 3 mil a R$ 6 mil nas oficinas credenciadas. Veja no infográfico como instalar e utilizar o GNV com segurança.