Dentro da Semana do Futuro da Mobilidade, realizada na Alemanha, a Volkswagen exibiu seus planos para motores a gasolina, diesel, GNV, híbridos, elétricos, entre outros. Com a pressão do Dieselgate, a montadora alemã decidiu mudar sua estratégia e buscar mais eficiência energética e menor emissão de CO2 e NOx em seus propulsores.
A meta trabalhar para que os motores sejam mais limpos e legais – no sentido jurídico da palavra – e para isso elaborou um plano para 2020, onde o motor a gasolina TSI terá um papel importante. Como o diesel se tornou o patinho feio do mercado automotivo, o outro derivado do petróleo vira prioridade.
TSI
A Volkswagen promete um novo motor TSI “Evo”, começando pelo recente 1.5 de quatro cilindros e se estendendo até o 2.0. Para reduzir o consumo em 30% e torna-lo mais limpo, o Ciclo B será acionado como um Miller modificado, recebendo nova variação de válvulas de admissão e escape, bem como novo sistema de arrefecimento do módulo EGR (recirculação dos gases de escape) e filtro de partículas.
Mas não é só isso. A caixa de dupla embreagem DSG trabalhará com o sistema de desligamento automático do motor (Start&Stop) também durante as desacelerações e frenagens, reduzindo ainda mais o consumo. A Volkswagen não fala em mais marchas, mas o DSG com esse sistema e mais o circuito elétrico de 48V com bateria de lítio de 0,5 kWh e um motor elétrico de 13,6 cv, contribuirão para um consumo reduzido em até 20%. Esse último sistema deve estrear no crossover T-Roc ainda este ano.
TDI
Embora seja o vilão do momento, o diesel ainda está nos planos da Volkswagen – exceto nos EUA e China, evidentemente – e o chamado Projeto Lighthouse consiste em usar o motor de três cilindros 1.5 TDI – que segundo rumores teria sido cancelado – para se obter menor emissão de NOx. Este propulsor receberia novos pistões, câmara de combustão avançada, duplo comando variável, circuito de refrigeração igualmente variável, retensão de calor e redução de atrito das peças.
Além disso, o futuro TDI “Lighthouse” terá ainda o acréscimo de AdBlue no sistema SCR (redução catalítica seletiva) para conter as emissões, assim como integração com o sistema micro-híbrido de 48V com o mesmo motor de arranque/propulsor de 13,6 cv e bateria de lítio no lugar da tradicional de chumbo-ácido. Isso sem contar a ajuda de freios regenerativos. Um novo sistema de injeção de combustível de alta pressão não trabalhará com menos de 3.000 bar. Espera que o consumo caia entre 25% e 30%.
TGI
Outra saída para conter emissões e o consumo é o motor TGI movido por gás natural, que receberá um sistema de ignição que dispensa o uso de compartimento para gasolina ou diesel na partida a frio. Se equivalente no mercado automotivo, um motor puramente a GNV está em desenvolvimento pela VW, sendo baseado num 2.0 TDI para se obter alta taxa de compressão. Dessa forma, um motor TGI futuro terá baixíssima emissão de CO2, NOx e outros.
Híbridos e hidrogênio
A Volkswagen também está propondo alternativas para seu plano futuro no mercado de carros híbridos e elétricos. O chamado Vario.Drive é o projeto de uma transmissão automática por engrenagens, mas sem ser hidráulica, trabalhando exclusivamente com um motor elétrico, provendo assim um câmbio híbrido para montagem direta no veículo. A caixa é longitudinal e indica seu uso em plataforma MLB. Motor elétrico no eixo traseiro também pode ser alternativa para uma tração integral.
Dentro do projeto HyMotion, a marca alemã avalia as células de combustível no Audi A7 Sportback h-tron quattro e no Passat HyMotion, nos EUA. No primeiro, a propulsão envolve dois motores elétricos (um em cada eixo) com 230 cv de forma combinada, tendo as baterias de lítio alimentadas por células de combustível e a máxima chega a 180 km/h. O modelo também é plug-in. No sedã de Chattanooga, um motor elétrico de 135 cv é usado com baterias híbridas e quatro tanques pressurizados de hidrogênio com até 700 bar. A máxima é de 160 km/h. Nos dois casos, os alcances não foram revelados.